sexta-feira, janeiro 16, 2009

LIVRO 3 - PERSUASÃO - JANE AUSTEN



Sou suspeito para opinar sobre Jane Austen, pois adorei as outras duas obras da escritora inglesa que li anteriormente, no caso "Razão e Sensibilidade" e "Orgulho e Preconceito". Em suas obras percebe-se uma facilidade imensa em retratar perfis psicológicos de seus personagens e uma ironia deliciosa sobre a velha e preconceituosa aristocracia britânica, onde lindas mulheres desfilam em salões atrás dos melhores partidos, aqueles que tenham um nome laureado de títulos e honrarias e dinheiro e posses. As suas heroínas são diferentes da maioria dessas mulheres, pois apaixonam-se e sofrem até que o desenlace final coloquem-nas nos braços de seus amados. Sempre existe aquelas senhoras que fazem de tudo para que sua protegida consiga o melhor partido, mas normalmente elas mais atrapalham a heroína do que ajudam.

As heroínas de Jane Austen são sempre virtuosas, verdadeiras "ladies", admiradas por todos que as cercam. E não é diferente nessa obra, com a perfeita Anne Elliot, uma jovem que deixou o cavalo "passar encilhado" algumas vezes, inclusive sendo "orientada" por uma dessas senhoras a não aceitar o amado quando era mais jovem, com 22 anos, já que ele não tinha um nome e tinha apenas a possibilidade de uma carreira na marinha. A obra é interessante também porquê mostra um homem de iniciativa, através do personagem do capitão Frederick Wentworth que parte de uma origem humilde para a Marinha e que alcança influência e status pela força de seus méritos e não através de herança.

Na Inglaterra da época, uma mulher estar solteira com 28 anos demonstra que é uma séria candidata a titia. Esse é o caso de Anne, que vê seu amado e outrora recusado Frederick retornar rico e tornar-se finalmente um bom partido para os outros, apesar que sua família e outras pessoas gostariam de vê-la casada com o primo, que inicialmente encanta a prima com seus modos, mas depois mostra sua verdadeira face e seu jogo de interesses.

Em defesa de Anne, ela recusou Frederick não por cobiça, mas por ter se deixado levar por sua tutora que era contra a união. Seis anos e meio passaram desde então e os ressentimentos e orgulho de Frederick vão sendo deixados de lado em nome do amor. Isso é bonito e Jane Austen mais uma vez retrata a vitória do amor sem ser piegas, o que só explica porquê a obra dela consegue ser tão bem retratada nas telas de cinema.

Feito que só grandes escritores e escritoras conseguem ter.

PS.: O legal da obra é que é uma edição bilíngue da Editora Landmark. Para quem lê em inglês ou está aprendendo, é uma ótima pedida.

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