quarta-feira, abril 28, 2010

VOLTANDO COM O BLOG

Depois de voltar a ter uma assiduidade nas colunas publicadas no Blog do São Paulo (http://www.blogdosaopaulo.com.br/?cat=154) e tomar coragem e fazer uma conta no Twitter, agora retomo esse blog, com a esperança que eu possa estar sempre atualizando ele.

Nesse ano já li uns 15 livros, por isso tenho que criar um post para cada um deles aqui, trabalho que pretendo fazer até a semana que vem. No final de semana vi o filme Alice e também vou dar meu pitaco, assim como uma análise do jogo do São Paulo de hoje, contra o Universitário do Peru pela Libertadores.

Confiem em mim. Pretendo não decepcioná-los. rs...

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

LIVRO 5 - ANJO PORNOGRÁFICO - RUY CASTRO


Nunca fui um profundo conhecedor de Nelson Rodrigues, pois além do livro "A Sombra das Chuteiras Imortais" que li há alguns anos, assisti também a alguns dos episódios de "A Vida como ela é..." que passava no Fantástico. No mais eu tinha total desconhecimento sobre a importância de Nelson Rodrigues para a história da Imprensa brasileira, para o Teatro e para o Cinema, importância que fica clara com o decorrer das páginas dessa bela biografia.

Dos filmes, lembro de "Bonitinha, mas ordinária", adaptação para o cinema de um texto dele escrito para o teatro. A frase "O Mineiro só é solidário no câncer" é uma das lembranças mais fortes do filme, além é claro do estupro coletivo na personagem principal. Rui Castro traz a história da frase, a quem é atribuída (Otto Lara Resende) e como ele detestava ver frases que, jamais saíram de sua boca, serem colocadas nas bocas de personagens das obras de Nelson Rodrigues, principalmente como uma homenagem a um amigo que Nelson estimava e admirava demais por sua incrível inteligência.

Na biografia, Nelson Rodrigues é exatamente isso aí, um cara que cultivava amizades (sempre com pessoas inteligentes) e as cultuava, inclusive dando a cara para bater após o AI5 para livrar alguns desses amigos e parentes e das prisões militares. E olha que esses amigos eram esquerdistas e Nelson Rodrigues descia a lenha quase que diariamente nos sonhadores comunistas. Nelson, por incrível que pareça, era tido em sua época como um reacionário. Quis o destino que seu filho Nelsinho virasse um desses sonhadores, fosse torturado e ficasse preso por 7 anos.

Descobri pelo livro que Nelson Rodrigues esteve no Morumbi para a inauguração definitiva do estádio em 25/01/1970, quando o São Paulo ganhou do Porto por 1 a 0. Foi convidado do Presidente Médici, o mesmo que temendo uma vaia estrondosa no Morumbi devido ao regime de exceção que o país vivia, foi convencido por Laudo Natel a entrar com ele no gramado.

- Dei 20 anos de minha vida por esse sonho e tenho certeza que eles não irão vaiá-lo!

E foi isso que realmente aconteceu, não houve vaia e o gigante Morumbi finalmente era entregue a cidade.

Mas voltando ao livro de Nelson Rodrigues, Rui Castro faz pequenas biografias sobre alguns personagens importantes, como o pai de Nelson, o irmão Roberto e principalmente o irmão Mario Filho, o mesmo que cede o nome ao maior estádio do Mundo, o Maracanã.

O interessante de tudo é que no ano passado li uma auto-biografia sobre Samuel Wainer, outro nome que revolucionou a imprensa brasileira ao lado de Assis Chateaubriand, outra biografia que comecei a ler hoje. Como os 3 personagens viveram em época semelhante, principalmente o período de 1930 à 1960, terei uma ampla visão do poderio da imprensa e dos grandes nomes do período.

Dificuldades, doenças, mulheres, paixões avassaladoras, mais doenças, sucessos, insucessos, doenças, tragédias, talento, são trazidos a tona em mais de 400 páginas de uma biografia bem completa e bem escrita. Gostei demais e recomendo!

sexta-feira, janeiro 23, 2009

LIVRO 4 - COMER. REZAR E AMAR - ELIZABETH GILBERT

Esse é um verdadeiro livro de auto-ajuda, pois a autora descreve suas experiências para fugir da depressão, de um romance tumultuado e das lembranças de um divórcio complicado. A forma escolhida para "tirar o pé da lama" é bem interessante, uma viagem por 3 países e 3 culturas totalmente distintas. O primeiro país é a Itália, onde a autora busca engordar e aprender italiano e onde estão os momentos mais descontraídos dessa trajetória de um ano. O segundo país é a Índia, onde a autora cai de cabeça na meditação e no lado transcedental da vida. É o período mais místico da trajetória. O 3º país é a Indonésia, mais precisamente a conhecídissima Ilha de Bali, onde a autora conhece alguns personagem interessantes e marcantes. Lá ela aprende sobre a solidariedade e reaprende o amor, vejam só, nos braços de um brasileiro.

Todos os personagens são colocados com nomes fictícios, mas de acordo com a autora são reais. Ela se expõe de maneira crua, levanto aos leitores suas experiências variadas, entre elas até as sexuais. O livro é escrito em 108 partes, sendo 36 delas dedicadas a um dos países e a linguagem é simples e pessoal. O legal é que a autora não está escrevendo para ensinar receita de bolo para os que também sofrem, mas sim expondo suas mazelas e as saídas que encontrou para voltar a sorrir e ser feliz. As mulheres, em especial, vão adorar o livro.

Gostei do estilo criativo do livro, mas com certeza esse livro não estará entre os melhores que lerei. Mas mesmo assim valeu a pena.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

LIVRO 3 - PERSUASÃO - JANE AUSTEN



Sou suspeito para opinar sobre Jane Austen, pois adorei as outras duas obras da escritora inglesa que li anteriormente, no caso "Razão e Sensibilidade" e "Orgulho e Preconceito". Em suas obras percebe-se uma facilidade imensa em retratar perfis psicológicos de seus personagens e uma ironia deliciosa sobre a velha e preconceituosa aristocracia britânica, onde lindas mulheres desfilam em salões atrás dos melhores partidos, aqueles que tenham um nome laureado de títulos e honrarias e dinheiro e posses. As suas heroínas são diferentes da maioria dessas mulheres, pois apaixonam-se e sofrem até que o desenlace final coloquem-nas nos braços de seus amados. Sempre existe aquelas senhoras que fazem de tudo para que sua protegida consiga o melhor partido, mas normalmente elas mais atrapalham a heroína do que ajudam.

As heroínas de Jane Austen são sempre virtuosas, verdadeiras "ladies", admiradas por todos que as cercam. E não é diferente nessa obra, com a perfeita Anne Elliot, uma jovem que deixou o cavalo "passar encilhado" algumas vezes, inclusive sendo "orientada" por uma dessas senhoras a não aceitar o amado quando era mais jovem, com 22 anos, já que ele não tinha um nome e tinha apenas a possibilidade de uma carreira na marinha. A obra é interessante também porquê mostra um homem de iniciativa, através do personagem do capitão Frederick Wentworth que parte de uma origem humilde para a Marinha e que alcança influência e status pela força de seus méritos e não através de herança.

Na Inglaterra da época, uma mulher estar solteira com 28 anos demonstra que é uma séria candidata a titia. Esse é o caso de Anne, que vê seu amado e outrora recusado Frederick retornar rico e tornar-se finalmente um bom partido para os outros, apesar que sua família e outras pessoas gostariam de vê-la casada com o primo, que inicialmente encanta a prima com seus modos, mas depois mostra sua verdadeira face e seu jogo de interesses.

Em defesa de Anne, ela recusou Frederick não por cobiça, mas por ter se deixado levar por sua tutora que era contra a união. Seis anos e meio passaram desde então e os ressentimentos e orgulho de Frederick vão sendo deixados de lado em nome do amor. Isso é bonito e Jane Austen mais uma vez retrata a vitória do amor sem ser piegas, o que só explica porquê a obra dela consegue ser tão bem retratada nas telas de cinema.

Feito que só grandes escritores e escritoras conseguem ter.

PS.: O legal da obra é que é uma edição bilíngue da Editora Landmark. Para quem lê em inglês ou está aprendendo, é uma ótima pedida.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

LIVRO 2 - O JOGO DO ANJO - CARLOS RUIZ ZAFÓN




Depois de uma certa decepção com CREPÚSCULO, um tanto adolescente demais, tive o prazer de ler O JOGO DO ANJO de Carlos Ruiz Zafón, um escritor espanhol de muito talento e grande maturidade em sua obra, autor de um livro que teve grande repercussão, vendendo mais de 10 milhões de exemplares em todo o mundo, A SOMBRA DO VENTO.

David Martín é um jovem órfão que mora só e trabalha desde o começo da adolescência em um jornal de Barcelona, recebendo o cuidado de algumas pessoas importantes para a trama, como o velho Sempere, dono da livraria onde David passa momentos mágicos e Pedro Vidal, um escritor de família rica e altamente reconhecido em Barcelona.

Com ajuda dos amigos, David Martín passa a viver apenas dos seus escritos, mesmo que seu nome não apareça em suas próprias obras, publicadas através de um pseudônimo. Apesar de viver da literatura, David está amarrado a dois empresários malandros, que só pensam em seus lucros. Sai da pensão imunda onde vivia e muda-se para um enorme casarão sinistro, não habitado há alguns anos. A partir daí uma sucessão de fatos despenca sobre o leitor, que já se sente preso a obra e fica ainda mais "amarrado à trama". Mistério, mortes, novos personagens e diversas reviravoltas tornam o livro ainda mais atrativo e o desespero em ler o capítulo seguinte é a mágica que acaba tornando o livro sensacional.

Para se ter uma idéia, ontem cheguei em casa do trabalho lendo o livro até a página 280. Li mais de 120 páginas de uma tacada só, das 19h30 às 23h30, praticamente sem conseguir deixá-lo de lado. Todos os livros que exercem essa necessidade de ler a próxima página, são livros que devem ser sempre indicados.

Quem imagina que o livro traz apenas mistério e suspense, vai encontrar personagens muito bem caracterizados psicologicamente e muita sensibilidade. A obra acaba prestando uma homenagem ao prazer da leitura, ao poder místico dos livros que tanto nos cativam.

Quando perguntado se O Jogo do Anjo é melhor que A Sombra do Vento, o autor não tem dúvidas ao responder que sim: “Eu gosto mais. Entre outras coisas porque a anterior comecei a escrever há quase dez anos. Quero acreditar que aprendi alguma coisa nesse tempo. Além disso, é um livro menos tímido. Eu vinha da literatura juvenil, e A Sombra do Vento é deliberadamente mais amável que O Jogo do Anjo. Um dos motivos é porque foi escrita através dos olhos de um menino que estava amadurecendo. Agora fui mais valente e escrevi a irmã perversa de A Sombra do Vento. É mais dickensiana.” E completa: “O Jogo do Anjo é mais interessante porque aprofunda e amplia novos aspectos excitantes da Barcelona dos anos 20. A cidade continua sendo um personagem fundamental, mas agora explorei mais seus aspectos góticos.”

Sobre o autor:

CARLOS RUIZ ZAFÓN nasceu em Barcelona, em 25 de setembro de 1964.
Iniciou sua carreira literária em 1993 com El Príncipe de la Niebla (Premio Edebé), a que se seguem El Palacio de la Medianoche, Las Luces de Septiembre e Marina.
Em 2001 publica seu primeiro romance, A Sombra do Vento, traduzido em mais de trinta idiomas e publicado em cerca de 45 países, já vendeu mais de 10 milhões de exemplares.
No Brasil, o livro figura há mais de um ano na lista de mais vendidos.

Visite o site do autor: www.carlosruizzafon.com

segunda-feira, janeiro 05, 2009

LIVRO 1 - CREPÚSCULO - STEPHENIE MEYER

Tinha uma expectativa maior em relação ao livro, apesar que irá encontrar um grande público entre os adolescentes e os que não resistem a um romance "diferente". A autora encontrou um nicho que a deixou milionária e um personagem que vai ser idolatrado principalmente pelas garotas, o vampiro Edward Cullen.

É uma história de amor entre uma garota comum e um vampiro cheio de adjetivos e superlativos. Ela é atrapalhada, não sabe andar, não sabe dançar, tropeça muito, atrai confusões, além de ser extremamente critica de si mesma e uma pessoa que idolatra a sua paixão . Ele é um vampiro lindo, encantador, forte, ágil e misterioso, mas que não deixa de ser modesto. Ela quer ser imortal e mordida por ele, ele não quer que ela seja imortal, ou seja, não quer mordê-la. Ele, apesar de adotivo, tem uma família invejável. Ela tem pais separados e uma relação de distância em relação a eles. Na escola os outros alunos temem chegar próximo dele, mas ela é popular e muito querida. Ele é de família rica, ela não. O mais legal desse primeiro livro da série talvez sejam essas diferenças que existem entre os dois personagens principais, o que não significa quase nada quando o amor é o mais importante de tudo.

Ao que parece a história já chegou na 4ª parte, o filme vai muito bem nos cinemas americanos e brasileiros, sinal que os personagens Edward Cullen e Isabella Swan ainda continuarão por muito tempo entre nós, rendendo muitos dividendo$ para a autora. Da minha parte acho que parei no primeiro livro mesmo, pois apesar da história ser interessante, não curti muito o estilo da autora. De literatura fantástica, com a presença de vampiros ou outros monstros, prefiro mesmo Mary Shelley e Bram Stocker.